E se a ciência explicar o espírito?
Telepatia, precognição, clarividência, experiências de quase morte ou, até, alegadas memórias de vidas passadas. Conseguirá, alguma vez, a ciência explicar estes e outros fenómenos da mente humana? É precisamente para tentar responder a esta pergunta que, há décadas, cientistas de diversas partes do mundo se dedicam a estudar estes temas, sob o rigor do método científico, com resultados promissores. E é este trabalho de cuidadosa investigação científica que a série documental “Para Além do Cérebro”, composta por 16 episódios, procura dar a conhecer, desafiando o conhecimento vigente com seriedade e abertura.
Em exibição na RTP1, às segundas-feiras pelas 23 horas, até setembro, a série é inteiramente baseada em investigação científica e inspirada no livro “The Science of Spirit”, da autoria de Luís Portela, médico, presidente da Fundação BIAL e um dos apresentadores da série, em conjunto com Mário Augusto, jornalista e apresentador de televisão.
O que nos diz a ciência
“Para Além do Cérebro” foi gravada em diversos países, de forma a incluir entrevistas a mais de 50 investigadores e especialistas de todo o mundo. Oriundos de áreas como a física, psicologia, psiquiatria, neurociências ou parapsicologia, estes entrevistados estão associados a prestigiadas instituições internacionais (como, por exemplo, a Universidade de Liège, a Universidade da Virgínia ou o King’s College London), sendo a orientação científica do programa da responsabilidade de Nuno Sousa, professor catedrático da Universidade do Minho.
Cada episódio aprofunda dimensões e fenómenos específicos da mente humana – como a telepatia, a psicocinese ou a mediunidade, entre outros – em torno dos quais se observa ainda algum ceticismo, apesar da evidência científica que tem vindo a tornar-se cada vez mais robusta ao longo dos últimos anos.
Com o objetivo de contribuir para uma maior abertura em relação a estes temas, a série propõe uma abordagem com grande seriedade, elencando as pesquisas científicas realizadas, os resultados obtidos e o seu significado, numa linguagem rigorosa, mas acessível.
Entrevistados de renome
Entre os mais de 50 cientistas entrevistados encontram-se, por exemplo, Steven Laureys (Université de Liège), Edzard Ernst (University of Exeter), Olaf Blanke (École Politechnique Fédéral de Lausanne), Gary E. Schwartz (University of Arizona), Arnaud Delorme (Institute of Noetic Sciences), Bernard Carr (University of London), Peter Fenwick (King’s College), Etzel Cardeña (Lunds Universitet), e Stefan Schmidt (Universität Freiburg).
Ir além do espaço físico
Ao longo dos 16 episódios fica claro que, para melhor se estudar e compreender o misterioso e complexo mundo da consciência humana, há necessidade de ir além do espaço físico tal como este é reconhecido pela física clássica. É, pois, isso mesmo que os vários cientistas e especialistas põem em prática, com as diversas investigações que levam a cabo, colocando hipóteses e testando-as, honrando o processo de fazer ciência, já que este é, afinal – como sublinham alguns dos entrevistados – um processo aberto e sujeito a mudanças constantes. Assim haja interesse, curiosidade e abertura, tal como fica bem patente ao longo de “Para Além do Cérebro”.
A série estreou na RTP1 no dia 12 de maio, estando desde então também disponível na plataforma RTP Play. Realizada por Ricardo Freitas, a série conta com a produção executiva de Mário Augusto, coordenação de projeto de Paula Campos, produção de Pedro Sousa e Andreia Santos, e edição de André Banza.
Cientistas citados e reconhecidos
Para garantir seriedade e rigor no tratamento de temas habitualmente afastados da esfera científica, os investigadores convidados a participar na série detêm uma vasta experiência e os seus estudos são amplamente reconhecidos e citados por outros investigadores. Em média, cada cientista entrevistado conta com 163 publicações indexadas na Scopus (uma base de dados de resumos e referências bibliográficas de literatura científica revista por pares) com cerca de 7 mil citações. Além disso, os resultados dos seus estudos foram publicados em algumas das revistas científicas mais prestigiadas do mundo, como a “The Lancet”, “The New England Journal of Medicine”, “Nature”, “Science” ou “The British Medical Journal”, entre outras.


Comentários
Enviar um comentário