A Experiência de Bobo Doll

 


Em 1961, o psicólogo Albert Bandura queria testar a sua ideia de que o comportamento humano era em grande parte aprendido através de imitação social e não apenas causado por fatores genéticos.

Num dos seus estudos, hoje muito conhecido na literatura científica, crianças em 3 grupos, que foram expostas a cenários diferentes de observação:
  1. Um grupo observou um adulto a demonstrar comportamentos agressivos contra um boneco (com o nome de Bobo Doll);
  2. Um segundo grupo observou um adulto a brincar com um boneco;
  3. E um terceiro grupo não foi exposto a nenhum adulto.

De seguida, as crianças foram colocadas numa sala com brinquedos onde foi dito que não podiam brincar com estes (para aumentar os níveis de frustração).

Depois, foram colocadas numa outra sala com vários brinquedos agressivos e não agressivos, incluindo um boneco grande (Bobo Doll).

O resultado?

As crianças expostas ao adulto agressivo, exibiram mais comportamentos agressivos contra o boneco grande. Adicionalmente, utilizaram mais brinquedos agressivos que se encontravam na sala.

E, mais impressionante, é que além de imitarem o comportamento do adulto agressivo, demonstraram ainda outras variações do comportamento. Ou seja, demonstraram outros comportamentos agressivos que não tinham visto os adultos fazerem.

Resumindo, aquilo que fazemos influencia mais o comportamento dos outros, do que aquilo que dizemos.

Não basta ensinarmos os nossos filhos a não serem agressivos, temos de nós próprios ter comportamentos não agressivos.

Recordo-me quando uma amiga minha, professora do 1º ciclo, contou-me que chamou os pais de uma criança à escola, pois o seu filho tinha muitos comportamentos agressivos e distruptivos na turma. Durante essa reunião, o pai bateu com a mão na mesa e gritou que o seu filho não era agressivo, isto na presença do próprio filho.

A teoria da aprendizagem social mostra que aprendemos largamente através de observação, imitação e modelagem. Isto serve para comportamentos menos positivos e mais positivos.

Ou seja, se também queremos que os nossos filhos formem bons hábitos, como ler mais, uma das melhores formas de o conseguir, é de ler ao pé deles e mostrar gosto de fazê-lo. Falo de filhos, mas nós, adultos, também aprendemos por essa via. Daí, a importância de mostrar o exemplo, seja enquanto pais, líderes, colegas ou amigos.

Claro que a observação não garante a imitação de um comportamento da outra parte, mas aumenta substancialmemente a probabilidade que esse ocorra. 

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