Como a vitamina D influencia o cérebro e as emoções?
A investigação científica na área da psicologia dedicou-se, desde cedo, ao sofrimento humano (Freire, Zenhas, Tavares & Iglésias, 2013), favorecendo os psicólogos com o desenvolvimento de ferramentas distintas e adequadas ao tratamento do mesmo. É indubitável a necessidade constante da atuação do psicólogo no tratamento de perturbações mentais, mas é também através da promoção da felicidade e do flourishing que essas mesmas perturbações podem ser prevenidas.
Portanto, há considerável número de pesquisas relacionando mudanças de humor, exposição ao sol, sazonalidade e meio ambiente. Algumas adentram o viés químico-biológico como ponto de investigação sobre sensações subjetivas positivas relacionadas à maior exposição ao sol, períodos de maior luminosidade como também a produção de vitaminas e alterações fisiológicas (ICHIMORI et al. 2015); (TARIQ et al.2011).

Diante disso, os pesquisadores atuais usam o termo “humor” com um guarda-chuva para tudo que é risível ou engraçado (Martin,1998). Interessante notar que mesmo com os neurotransmissores produzidos pelo corpo como a ocitocina e o cortisol (Rodden, 2018). Porém, o riso é uma atitude que surge para resolver conflitos, segundo Sigmund Freud. Na vida adulta o que nos arranca sorrisos é o senso de humor. O sorriso evolui cognitivamente no sentido do humor e segue tentando pacificar conflitos diversos.
Conforme evidenciado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e os estudos de Porto, Silva e Sougey (2019), a deficiência de exposição à luz solar possui uma considerável relação com a ocorrência de depressão. A vitamina D tem sido o ponto de atenção de diversas pesquisas nos últimos anos, evidenciando sua finalidade além da formação óssea e do metabolismo do cálcio, abrangendo sua relação com o sistema imunológico e endócrino (Marques et al.2010;2011;Sabião, 2024).
Sabe-se que fatores como a incidência de luz solar e flutuações de radiação UV (Ultravioleta) no inverno e a consequente queda nos níveis de vitamina D estão associados a baixo desempenho cognitivo em tarefas complexas e risco para suicidio (GRUNG et al.2017; TARIQ et al.2011). Jorde et al. (2008) corrobora com tais achados relacionados os baixos níveis de vitamina D à sazonalidade e as mudanças de humor.
Nesse sentido, esse artigo tem como objetivo geral. Apontar alguns transtornos comportamentais e emocionais relacionados com a vitamina D mas prevalentes nas pessoas na atualidade, tendo como objetivos específicos: Compreender o impacto causado pelas mudanças sazonais na melhoria a nível de bem estar das pessoas; Orientar quais são os tratamentos necessários nos casos específicos.
No entanto, foi considerada a presença do receptor de vitamina D em vários tecidos do corpo, como cérebro, pele, intestinos, coração e células imunológicas, assim é possível entender a importância dessa vitamina para a saúde em diversas áreas. A
deficiência da vitamina D pode levar a problemas graves e psicológicos, Roberto et al 2023, argumenta que um desses problemas pode ser a depressão, devido aos receptores dessa vitamina terem participação em vários tecidos no organismo,
inclusive nos tecidos neuronais
Entre adultos, a prevalência é de 5%, aumentando para 5,7% entre aqueles com mais de 60 anos. Mulheres têm cerca de 50% mais chances de sofrer de depressão do que homens. Em países de baixa e média renda, mais de 75% das pessoas não recebem tratamento adequado(WHO, 2023).
Sendo assim, a avaliação, intervenção e prevenção de perturbações mentais tornou-se, nos últimos anos, o foco principal do trabalho dos psicólogos. A Organização Mundial de Saúde considera a depressão e as perturbações de ansiedade como as de maior prevalência na população e as que mais contribuem para a incapacidade dos indivíduos para atividades produtivas no seu dia a dia (Carvalho,2017).

Contudo, a vitamina D parece prevenir a depressão ativando processos essenciais para manter a homeostase neuronal. Uma vez que, a vitamina D pode prevenir a depressão através da conservação dos níveis cerebrais adequados de serotonina
e/ou tratar o transtorno depressivo, promovendo aumento dos níveis cerebrais de 5-HT(serotonina),comumente reduzidos na fisiopatologia da depressão (Santos,2022).
Sendo assim, uma boa piada seguida de uma boa risada produz no nosso corpo as mesmas substâncias que o exercicio, o sexo e a meditação (Aaker, 2020). Além disso, o riso produz a secreção de endorfinas capazes de controlar a dor, a depressão, a ansiedade e o humor, mas também ativa a imunoglobulina e as denominadas células naturais killer (Berk et al,2017).
A neurociência da felicidade é um campo de estudo que investiga os processos neurológicos e bioquímicos associados às emoções positivas, com o objetivo de compreender como a felicidade é gerada e mantida no cérebro humano. Este
campo explora a atividade cerebral relacionada ao bem – estar e analisa como diferentes regiões cerebrais e neurotransmissores contribuem para a experiência da felicidade (Cremonese & Corrêa, 2023).
Tratamentos:
Terapia Cognitivo Comportamental
Consequentemente, na aplicação da terapia Cognitivo Comportamental(TCC) para tratar a depressão, o terapeuta orienta o paciente a explorar crenças e regras com
base nos dados ambientais e mnemônicos que o próprio paciente fornece. Além disso, o indivíduo deprimido muitas vezes traz informações repletas de erros lógicos e comportamentos disfuncionais, conforme Beck(2013). Logo, reconhecem a incontrolabilidade dos acontecimentos diários, sendo assim, a compreensão dos problemas como fruto das circunstâncias do presente com as quais temos que
aprender a lidar, independentemente do passado que condicionou as respostas padrão
Terapia de qualidade de vida de Frisch (2005)
Trabalha-se com medidas de qualidade de vida e com
exercícios para o crescimento do paciente, aumentando
a felicidade e a satisfação com a vida. A terapia de
qualidade de vida também tem base na Psicologia
Cognitivo Comportamental. Sendo assim, primeiramente,
identifica-se como o indivíduo está em relação às 16
áreas que constituem a qualidade de vida de uma
pessoa.
A propósito, são elas: Saúde, metas e valores, auto estima, satisfação no trabalho, economia, aprendizagem, criatividade, amor, amizade, cidadania, relacionamento com familiares, lar, bom relacionamento com a comunidade, entre outros. Posteriormente, por meio de exercícios realizados na terapia e em casa, elabora-se caminho para aumentar a satisfação com a vida e a felicidade Bastianello & Pacico, 2018).
Exercício Físico
Segundo Brazilian Journal Of Health Review, é amplamente
reconhecido como uma estratégia eficaz na promoção da saúde mental, contribuindo para a redução dos sintomas
psiquiátricos. Por consequência, a prática regular de atividade física melhora o humor e o bem estar emocional, além de favorecer a interação social e a qualidade do sono.
A atividade física também está associada a mecanismos
neurobiológicos que incluem a regulação dos níveis de
neurotransmissores como Serotonina e Dopamina, que desempenham um papel crucial na regulação do humor.
A propósito, a parte física do humor é o riso. Sendo assim, “o fator mais importante com relação a linguagem do corpo é que nenhum movimento é isolado. Por isso, faz parte de um conjunto”(Freitas Magalhães, 2009,p.41). Porém, esse conjunto contém sem dúvida a parte mais evoluída do corpo, a mente.

Estilo de vida saudável
Logo, as pessoas fazem exercícios regularmente e têm estilo de vida saudável. são em geral mas e mentalmente mais aptos que pessoas que não o fazem. Corpo e mente estão de fato ligados neste sentido como tal, encorajar alguém a adotar um estilo de vida saudável é uma importante e estratégia na promoção do bem estar e felicidade. Exemplos de exercícios: Técnicas de respiração, exercícios de fitness.
Consciência, estar/ser no momento
Estar presente no momento com atenção ou presença de mente(mindfulness) é um princípio importante para o cultivo de felicidade sustentável e resiliência. Porém, as pessoas que praticam a presença de mente e meditação conseguem acertar o “aqui e agora” mais facilmente, são mais imunes ao stress e desfrutam das coisas que fazem. exemplos de exercícios: Momentos de felicidades.

Interação Com Outros, Partilhando a Felicidade
O traço mais característico de pessoas felizes é que têm relações fortes com os seus amigos, família e/ou parceiros(a). Fazer algo de bom para com as outras pessoas e ao mesmo tempo fazer algo de bom para consigo e estabelecer os seus
limites. Exemplos de exercícios: “Comunicação ativa – Construtiva, sorrir é de graça”.
Risoterapia
O humor (muito associado à risoterapia) é definido como um estímulo que pode ajudar as pessoas a rir e a sentirem-se felizes(Correa Neto, 2016). deste modo, a risoterapia assume-se como uma excelente terapia complementar que pode ser
realizada em indivíduos de todas as idades (crianças, jovens adultos e idosos).Diante disso, os efeitos da risoterapia tem reforçado o conhecimento sobre os efeitos positivos na libertação do stress, na diminuição de pensamentos e
energias negativas, na melhoria da função pulmonar, na diminuição de problemas cardiovasculares, no fortalecimento do sistema imunológico, entre outros (Cha et al,2015; Tagalidou, 2018).

Conclusão
Contudo, a característica comum de todos os quadros depressivos é a presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado por alterações relacionadas que afetam significativamente a capacidade funcional do indivíduo(por exemplo,
alterações somáticas e cognitivas no transtorno depressivo maior e no depressivo persistente). O que os difere são questões de duração, tempo ou etiologia presumida.
No entanto, para os variados casos de depressão existem várias frentes de tratamento, que envolvem farmacologia, técnicas propostas pela terapia Cognitiva Comportamental (TCC) bem como o uso da atividade física para o
tratamento(Powell et al,2008).
Portanto, tal prática clínica emerge como uma abordagem que fomenta a confiança e a colaboração com o paciente, desempenhando um papel ativo no seu processo de transformação, de forma que ocorre em dois níveis: aprendizado e cognição.

Diante disso, pesquisas nesta área têm revelado que neurotransmissores como a Dopamina, serotonina e ocitocina exercem funções na regulação do humor e na promoção de sentimentos de satisfação e contentamento (Dias, 2020). Porém, níveis adequados de Serotonina são correlacionados com estados emocionais positivos e um menor risco de transtornos depressivos(Siqueira,2018).
Logo, a Serotonina está envolvida na regulação do humor e na manutenção da estabilidade emocional. Em suma, sabe-se que o estilo de vida influencia a neurotransmissão, a resposta ao estresse e a regulação emocional, tornando-o um elemento – chave na promoção do bem-estar psicológico.
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